Gandra — Vila Chã, anos 1914, onde nos apresenta as feiras, a 9 e 23 de cada mês, e que remonta ao século vinte, quando já se comercializava de tudo neste local, assim como nas outras artérias da Freguesia, que mais para tarde também foi Campo de Futebol e passados anos, passou a ser Vila, dando lugar à Construção do Edifício dos Paços do Concelho, que ainda hoje estão ao serviço da população.
Mas as feiras desses tempos passados, não mais foram iguais, porque nessas épocas, elas circulavam pela feira dos ovos, Estrada Nacional 227, Avenida dos Combatentes ( hoje Av. Camilo Tavares de Matos), Rua Doutor Domingos de Almeida Brandão, Travessa Padre Manuel de Oliveira e a Feira do Gado (hoje Camilo Castelo Branco), estas sempre foram as principais que apresentavam ao público, tudo aquilo que ele pretendia, assim como na gastronomia, variadíssimas barracas com peixe frito, comidas diversas e nunca faltava o saboroso pão de Ul e a belíssima castanha assada, naquelas inesquecíveis vasilhas de barro perfurado e muitos já com arames a fazer a sua segurança, para serem novamente usados.
É caso para dizer "E tudo o tempo levou “.
Tivemos longos anos estas feiras como a segunda melhor do Distrito, pois que a seguir às de Espinho eram as nossas. Hoje já assim não se pode dizer porque, além de não pertencer à Freguesia de Vila-Chã, da qual era a Pioneira, o seu local de Funcionamento é reduzido e com muito poucas mesas e barracas de comercialização, e os “Propagandistas também deixaram de aparecer”, e para quem se lembra e saboreou nesses tempos, nas casas de pasto que funcionavam só nesses dias, que vendiam vários pratos, com preços suaves e alguns com um pouco de arroz no prato, uma colher formava uma cova no mesmo e a mesma deixava cair aquele saboroso molho do cheiro da carne assada e só cobravam nesses belos tempos 1$50 centavos (quinze tostões), para as famílias mais necessitadas, isto era uma verdadeira refeição, que aguardavam com ansiedade estes dias 9 e 23, para a saborearem, e seguirem para suas casas contentes, pelo arroz que comeram e pelos momentos que se viveram neste passado. E que hoje ao recordá-los por quem os acompanhou e se serviu dessas refeições, deixam imensa saudade, pelo seu maravilhoso paladar que o mesmo nos oferecia, nesses dias memoráveis das feiras.
Nove e vinte e três
Gandra de Vila-Chã, que sempre o foste,
Produtiva e encantadora, para os seus,
E para os que vieram de fora;
E eu, como apaixonado Cambrense, o testemunho só agora
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